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O Ensino Bíblico Gravuras

 

CURSO BÍBLICO: FUNDAMENTOS DA FÉ CRISTÃ

Prof. Eliseu Pereira (eliseugp@yahoo.com.br) 

LIÇÃO 10 – 2º FUNDAMENTO

A DIVINDADE DE CRISTO (continuação) 

[1]          Revisão:

a.      Trindade: Deus é uno em essência e trino em pessoa – indivisível e inconfundível.

b.      Divindade: Cristo é Deus: o Filho de Deus, co-eterno com o Pai; gerado e não criado; igual ao Pai e em nada inferior a Deus. 

[2]          Introdução:

a.      Verbo: João fala da perfeita divindade e da perfeita humanidade de Cristo. “para onde eu vou, não podeis vós vir” (Jo 8.21); “vós sois de baixo, eu sou de cima, vós sois deste mundo; eu não sou deste mundo” (Jo 8.23); “se não credes que eu sou, morrerei nos vossos pecados” (Jo 8.24).  

[3]          Verbo – sentido filosófico:

a.      Origem: termo criado por Heráclito de Éfeso, cerca 300 anos a.C.

b.      Filósofos: Sócrates, Aristóteles, Platão, Zenon (estoicismo) e outros filósofos do período pós-mitológico usaram a palavra logos;

c.      Significado básico: razão, unidade e ordem do universo; os filósofos perceberam que deveria haver um princípio, uma mente por trás do universo (unidade e diversidade) ou do cosmo (beleza). A este princípio eles chamaram LOGOS.  

[4]          Verbo – sentido teológico: 

a.      Sabedoria: o livro de Provérbios fala de vários aspectos da sabedoria até mencionar uma sabedoria personificada (“eu, a sabedoria” – Pv 8.12);

                    i.“O Senhor me possuía no início de suas obras” (8.22) – compare com Jo 1.1.

                  ii.“... eu estava com ele e era seu arquiteto” (8.30) – compare com “tudo foi feito por meio dele” (Jo 1.3; Cl 1:16,17; Hb 1:10 com 3:4)

                iii.“... dia após dia era as suas delícias” – compare com “Este é o meu filho amado em quem tenho todo o meu prazer”;

b.      Verbo: João escreveu o livro de Apocalipse quando estava preso na ilha de Patmos e depois escreveu o seu evangelho em Éfeso. Na prisão, ele tem uma visão em que o termo LOGOS é aplicado como um título de Cristo (Ap 19.13).  

Prólogo de João 

[5]          Identidade do Verbo: 

a.      “No princípio era o Verbo”: o pano de fundo evidente é Gn 1.1 — “No princípio, Deus criou” (heb: bereshit); João menciona um “princípio” anterior a Gênesis; compare com Cl 2.18: “Ele é o princípio”; “Eu sou ... o princípio e o fim” (Ap 21.6); “o primeiro e o último” (Ap 22.13)

b.      “e o Verbo estava com Deus” [pros theos]: coexistência e co-eternidade;

c.      “e o Verbo era Deus”: identifica Cristo como um ser com Deus.

d.      “Ele estava no princípio com Deus”: repetição enfática do item b. 

[6]          O Verbo na Criação: 

a.      “Todas as coisas foram feitas por ele”: participação ativa de Cristo na criação anterior e na nova criação. Em Cristo, todo homem é nova criatura (2 Co 5.17).

b.      “e sem ele nada do que foi feito se fez”: tudo que não é Deus, é criado, é outro com relação a Deus; ao dizer isto, João está dizendo que Cristo é não-criado. 

[7]          O Verbo é a Vida: 

a.      “Nele estava a vida [zoé]”: ver Jo 14.6 – “eu sou o caminho, a verdade e a VIDA”;

                    i. sentido filosófico: a vida é a não-morte; vida superior a vida bios.

                  ii. sentido teológico: o Logos manifesta a vida eterna; vitória sobre a morte; “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11)

b.      “e a vida era a luz dos homens”: baseado em Gn 1.3, João relaciona a luz a Cristo; ver Tg 1.17 “Pai das luzes”; “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12; 9.5).   

[8]          O Verbo é a Luz: 

a.      “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”: luta contra a revelação de Deus; compare com “luz para revelação aos gentios” (Lc 2.32); Paulo se refere à batalha das trevas e a luz (ver 2Co 4.4-6).

                    i.Jesus: “Eu sou a luz que vim ao mundo.. todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo 12.46);

                  ii.Deus: nós conhecemos a luz de Deus por meio de Cristo; “Deus é luz e não há nele treva nenhuma” (1 Jo 1.5); [Deus] habita a luz inacessível” (1 Tm 6.16).

                iii.Conversão: “converter das trevas para a luz” (At 26.18; Ef 5.8; 1 Ts 5.5); “ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor” (Cl 1.13); “chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9).

b.      Testemunho de João Batista: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz... João testificou dele, e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.

c.      “luz verdadeira que ilumina a todo o homem”: repetição do v. 4. 

[9]          O Verbo na Redenção: 

a.      “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”: ver julgamento (Jo 3.19-21).

b.      Poder de adoção: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” — em Cristo, nós temos um novo começo;

c.      aos que crêem no seu nome”: aceitar a Jesus significa reconhecer quem ele é.

d.      Encarnação: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” — tudo o que Deus é veio a nós por meio de Cristo.

e.      Revelação: “E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça. ... a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.” 

[10]     Para  refletir:

a.      A divindade de Cristo é a pedra fundamental da fé cristã: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.15,16)

Cristo é a pedra de toque: a fé em Cristo é o critério que decide o destino eterno. Quem crer é salvo, quem não crê já está condenado (Jo 3.18). Pedro fala de Cristo como sendo a pedra viva para os que crêem e pedra de tropeço para os que não crêem. “Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido”      (1 Pe 2.4-8).