BIG-BANG: CIÊNCIA OU HIPÓTESE?
Prof. Christiano P. da Silva Neto - Presidente da ABPC
Ao se abordar o tema “Big-Bang” é preciso destacar alguns fatos importantes:
Trata-se de uma teoria que não pode ser alvo de comprovações. Afinal, como iríamos provar que de fato houve, no passado distante, uma explosão que deu origem a todo o universo?
De onde veio, então, esta idéia? É claro que a recusa à aceitação de Deus como a origem de tudo quanto existe tem muito a ver com toda essa história. Devemos, porém, destacar o fato de que a teoria do Big-Bang é, na verdade, uma conseqüência de outra teoria: a teoria do universo em expansão.
Muitos cientistas, hoje, aceitam a idéia de que o universo está em expansão. Ora, se isso é verdade, o universo, então, estaria se expandindo a partir de um determinado ponto. Nesse caso, restringindo-nos a um contexto inteiramente naturalista, surge a idéia da explosão nesse ponto como uma necessidade para que daí resultasse o universo em expansão.
Apesar de sua larga aceitação, alguns cientistas julgam a hipótese do Big-Bang pouco plausível, especialmente no que diz respeito ao conceito de universo em expansão. Entretanto, a ideia de que o universo tenha começado com uma explosão parece hoje incorporada ao contexto da ciência, como se fosse um fato cientificamente comprovado.
Uma explosão dessa magnitude teria tido dois gases como subproduto: basicamente, hidrogénio, mas também hélio, em menor quantidade. A matéria oriunda dessa explosão teria, então, sido lançada em todas as direções, daí o conceito de universo em expansão.
Assim, evolucionistas são forçados a lançar mão do processo da evolução a partir do hidrogênio para justificar o universo que temos. Por isso, dizemos que a teoria da evolução se refere a um suposto processo da natureza capaz de transformar um gás inodoro e incolor como o hidrogénio em seres humanos e, de quebra, dar origem a tudo o mais que compõe o imenso universo que nos abriga.
Os adeptos da hipótese do Big Bang entendem, também, que essa explosão teria ocorrido há cerca de 15 bilhões de anos. De que modo eles chegam a essa conclusão? A resposta é, no mínimo, bastante curiosa, baseada no conceito do universo em expansão e na filosofia uniformitarista: certificando-nos de que o universo está mesmo em expansão, e admitindo-se que a velocidade dessa expansão sempre foi a mesma ao longo dos tempos, a idade do universo seria igual ao tempo decorrido para que toda matéria se concentrasse novamente no mesmo lugar se o sentido de seu movimento fosse revertido.
Ocorre, porém, que o movimento das estrelas não pode ser observado pela via direta e a filosofia uniformitarista também não parece adequada, uma vez que todo corpo posto em movimento tende a ter seu movimento desacelerado com o tempo. Assim, como saber se o universo está mesmo se expandindo e em que base?
O único recurso seria a observação indireta desse suposto fato. Aplicou-se, então, o conhecimento que temos do efeito Doppler. Quando um feixe de luz incide sobre um instrumento denominado espectrômetro, o resultado é o espectro desse feixe, um tipo de arco-íris, revelando os vários comprimentos de onda que o compõem.
Observou-se que esse espectro era perfeito no caso de uma fonte parada em relação ao instrumento, mas que uma fonte em movimento apresentava distorções na faixa do vermelho, em um sentido, com a fonte se afastando do instrumento, e no sentido oposto, no caso da fonte estar se aproximando do espectrômetro.
Todo o trabalho, então se resumiria a submeter a luz de estrelas e galáxias e assim obter a confirmação de que elas estariam se afastando de um ponto fixo no espaço, garantindo que o universo está mesmo em expansão. Entretanto, quem conhece um mínimo de lógica sabe que aí há uma falha de raciocínio. Essa conclusão só seria plena se a única explicação para o referido desvio na faixa do vermelho fosse o movimento da fonte em uma ou outra direção. Há, contudo, algumas indicações de que isso não seja verdade.
Tem sido, por exemplo, sugerido que alguns efeitos físicos atuando sobre grandes distâncias causam uma depleção da energia dos fótons, produzindo esse tipo de desvio. Uma teoria recente afirma que colisões entre fótons pode ser também responsável pelo desvio na faixa do vermelho. Mas as dificuldades vão adiante: que devemos pensar se encontramos, num mesmo enxame de estrelas, dois objetos com desvios distintos na faixa do vermelho? Ou se descobrimos dois objetos astronômicos, claramente interagindo entre si e, no entanto, também apresentando esse mesmo tipo de problema? Tais exemplos já foram encontrados na natureza.
São situações desse tipo que têm intrigado alguns astrônomos, levando-os a contestar a interpretação baseada no efeito Doppler. Entre eles, encontramos Halton Arp, do Observatório de Hale.
Ora, é imaginando de modo reverso o processo do universo em expansão que chegamos à idéia de que tudo tenha começado com uma explosão há cerca de 15 bilhões de anos. Entretanto, se as evidências em favor dessa expansão podem ser contestadas, não podemos ter certeza de que a explosão do Big Bang tenha realmente acontecido, nem que a idade do universo seja essa.