LUCAS
– O Evangelho do “Salvador Divino”
Lucas,
médico (Cl 4.14) e companheiro de viagens de Paulo (Fm 24, 2 Tm 4.11). Ao contrário
dos evangelistas Mateus, Marcos e João, que eram judeus, Lucas era gentio. Ele
escreveu seu livro baseado em suas investigações sobre a vida de Jesus (Lc
1.1-4). Endereçou seu livro a Teófilo, uma alta autoridade romana (1.3).
Lucas
destaca Jesus como “Salvador” (Jesus = “O Senhor Salva” – Lc 1.31).
Salvador não só do corpo (Lucas, médico, registra muitas curas), mas da alma.
Jesus, que ao mesmo tempo é humano e divino, preocupa-se com as pessoas, e come
com pecadores (5.29-32, 15.1-2), salva os ricos (19.1-10), redime os pobres
(4.18-19). “Toda a carne verá a salvação de Deus” (3.6).
Além
de Salvador, Jesus é o “Senhor” (2.11, 24.34), um título extremamente
elevado, utilizado no Antigo Testamento somente para designar o próprio Deus.
Lucas
tem sido chamado o “livro mais lindo do mundo”, por suas passagens específicas
sobre salvação, alegria e louvor (Lc 1-2, 7.36-50, 9.25-37, 15.11-32, 18.9-14,
19.1-10, etc.). O objetivo do autor, além de mostrar Jesus como Salvador e
Senhor, é caracterizar a reação das pessoas salvas ou curadas e do povo em
geral através da alegria (2.10, 13.17, 15.6-9) e louvor (7.16, 18.43, 24.53).
Também a oração é característica do redimido (Lc 11.1 a 13) e do próprio
Jesus (4.42).
O
livro registra 6 milagres e 11 parábolas que não se encontram em outros
evangelhos.
Lucas
é um livro poético. Abre com um hino “Glória a Deus” e encerra com um
hino: “E estavam sempre no templo, louvando a Deus.” Ele preserva hinos
preciosos para os cristãos:
O
“Magnificat”: hino de alegria de Maria (1.46-55)
O
hino de Zacarias (1.68-79)
O
hino dos anjos (2.8-14)
Deste evangelho, aprendermos que, como menino, Jesus se desenvolveu naturalmente (2.40-52). Como criança, era sujeito a José e Maria (2.51). Só Lucas conta a visita de Jesus ao templo, aos 12 anos. Como homem, trabalhou com as mãos, chorou sobre a cidade, ajoelhou-se em oração, e conheceu a agonia do sofrimento.